O Estado já registra mais de 50 óbitos em decorrência da dengue em 2023. Na tarde de quarta-feira (19), o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) confirmou mais uma morte. A vítima é uma mulher de 64 anos, residente de Passo Fundo e que apresentava comorbidades. O óbito ocorreu em 6 de julho. Neste ano, foram registradas também quatro mortes em Santa Maria por conta da doença, o que gera um cenário de alerta para gestores e população.
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Cenário
Nos primeiros sete meses de 2023, o Rio Grande do Sul contabiliza 27.365 casos confirmados da doença e 2.075 seguem em investigação. O número atual de óbitos em decorrência da doença, que é 52, aproxima-se do quantitativo do ano passado, quando houve os maiores índices da doença em toda a série histórica. Conforme o painel estadual de casos de dengue, foram contabilizados em 2022 mais de 57 mil casos autóctones (quando o contágio aconteceu dentro do Estado), cerca de 11 mil casos importados (residentes do RS que foram infectados em viagem a outro local) e 66 óbitos em virtude da dengue.
Santa Maria também vive um cenário crítico com o aumento significativo de casos em 2023. Segundo o boletim epidemiológico municipal, o município tem 3.079 casos confirmados e 86 em investigação. O número é 18 vezes maior do que o índice de 2022, que foi de 170 casos. O mês de maior incidência da doença continua sendo abril, com 1.979 casos (64% do total). Neste ano, também foram registradas das primeiras mortes por conta da doença em toda a série histórica da cidade:
- Homem de 80 anos, com registro de diabetes e hipertensão e morador do Bairro Juscelino Kubistchek. Após receber o diagnóstico positivo, deu entrada no Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo. O óbito ocorreu em 29 de abril.
- Mulher de 34 anos, sem comorbidade informada e moradora da região leste do município. Ela recebeu o primeiro atendimento no Hospital da Brigada e, pela gravidade do quadro clínico, foi transferida para o Hospital São francisco de Assis. O óbito ocorreu em 12 de maio, mas só foi confirmado pela prefeitura uma semana depois.
- Homem de 70 anos, com neoplasia renal e morador da região oeste da cidade. Ele recebeu o primeiro atendimento no Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo. Não foram fornecidas mais informações. O óbito ocorreu em 25 de junho.
- Mulher de 50 anos, com diagnóstico de diabetes e hipertensão arterial, e moradora do Bairro Nossa Senhora Medianeira. Ela estava internada no Pronto-Atendimento Cauzzo. O óbito foi registrado em 16 de junho.
Dengue em números*
- Casos confirmados – 3.079
- Casos em investigação – 86
- Óbitos – 4
- Internações por suspeita da doença – 5 pessoas (3 em leitos clínicos, 1 em leito pediátrico e 1 em UTI)
*Atualizado em 20 de julho de 2023
Fonte: Secretaria da Saúde de Santa Maria e Painel Estadual de casos de dengue
Fique atento aos principais sintomas
- Febre alta (39 a 40°C), com duração de dois a sete dias
- Dor retroorbital (atrás dos olhos)
- Dor de cabeça
- Dor no corpo
- Dor nas articulações
- Mal-estar geral
- Náusea
- Vômito
- Diarreia
- Manchas vermelhas na pele (com ou sem coceira).
Ao apresentar sintomas, procure atendimento médico nos serviços de saúde, evitando agravar a doença e uma possível evolução para óbito. Os testes são realizados em estabelecimentos locais e encaminhados ao Laboratório Central de Saúde Pública do Estado do Rio Grande do Sul (Lacen) para análise e possível confirmação.
Denúncias
Caso você suspeite de um foco da dengue, denúncias podem ser feitas para a Superintendência de Vigilância em Saúde das seguintes formas:
- Pelo telefone (55) 3921-7159
- Pelo WhatsApp (55) 7400-5525
Força-tarefa
Para vistoriar residências e imovéis de Santa Maria, uma força-tarefa foi criada em maio deste ano. Atualmente, a presença do mosquito Aedes aegypti é registrada em mais de 45 locais, entre bairros e distritos. A equipe, que conta com servidores de secretarias municipais e 60 militares, trabalha com medidas de prevenção à proliferação e circulação do mosquito que transmite a dengue, o que inclue limpeza e revisão das áreas interna e externa dos imovéis, eliminando objetos com água parada.
Neste processo, a população pode realizar tarefas cotidianas, mas que fazem a diferença no combate a dengue. São elas:
- Manter a caixa d’água sempre fechada
- Encher de areia, até a borda, os potes e os vasos de plantas
- Não deixar a água da chuva acumular em recipientes
- Manter tampados tonéis e barris de água
- Guardar garrafas de cabeça para baixo
- Recolher resíduos
- Usar repelente
- Utilizar inseticida em locais escuros perto do chão e de piscinas